- Nana! Nanaaaa! – Yulie já estava percorrendo metade da cidade atrás de sua irmã mais nova – A brincadeira já acabou! Está na hora de voltar! NANA! – ela gritava, nervosa. Na sua voz era possível perceber a preocupação dela aumentando.
O sol já começava a se pôr, os feirantes começaram a guardar suas coisas. Ninguém gostava de ficar na rua depois da lua aparecer, apenas quem ficava na vila ao entardecer eram os guardas que ficavam guardando a prefeitura e a entrada da vila. Yulie foi de pessoa a pessoa que ainda restava na feira perguntando sobre sua irmã. Aquela pequena menina moleca de 10 anos, com cachinhos negros e uma pele morena, mais escura que a da irmã. Nana gostava de fazer isso, brincar de pique-esconde com Yulie e na maioria das vezes somia por algumas horas e voltava com flores enfeitando o cabelo. Essa era sua pequena coleção, poder fazer arranjos para o cabelo com flores do campo, galhos secos e cipós. Algo que todos gostavam e apreciavam, fazendo-a se sentir muito bem consigo mesma. Mas ela sabia que deveria estar de volta em casa antes do sol dizer adeus e ir dormir. Estupradores, bandidos, charlatões vagavam livremente durante a noite sem ninguém para dete-los. Ao invés de cuidar da cidade os guardas dormiam ou ficavam jogando jogos de azar.
- NANAA!! NANAA!! – Yulie começou a ficar desesperada, tinha que achar sua irmã antes de escurecer.
Ela já tinha ido em todos os lugares, menos um. Foi quando ela parou a uns 100 metros da entrada da floresta que cercava o norte do vilarejo. Não entrava ali havia anos e não seria agora que entraria. Só de pensar nessa hipótese seu corpo começou a tremer. Ela estava prestes a dar meia volta quando reparou em algo na entrada da floresta. Devia ser um tronco jogado ou até mesmo um cavalo morto. Yulie forçou a vista um pouco mais para poder distinguir o que era aquilo.Foi então que ela percebeu que um animal morto não estaria segurando flores. Ela começou a correr desesperadamente até a floresta. Era sua irmã, caída ali, inconsiente.
